Associação Caatinga desenvolve ação em cooperação técnica com brCarbon para mensurar o estoque de carbono acima do solo armazenado na RPPN Serra das Almas

A Associação Caatinga (AC), em cooperação técnica com a Climate Tech brCarbon, desenvolveu um inventário florestal de biomassa da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN  Serra das Almas (RNSA) ao longo do mês de fevereiro de 2022. Esta Unidade de Conservação está localizada em Crateús, no estado do Ceará. A RNSA é um dos maiores fragmentos de floresta conservadas no bioma Caatinga. O objetivo principal da ação conjunta foi quantificar o estoque de carbono de árvores e arbustos acima do solo e mensurar os benefícios climáticos que a floresta do bioma Caatinga, especialmente da RNSA, proporciona para a sociedade.

A ação faz parte do projeto “No Clima da Caatinga”, uma iniciativa realizada pela AC e financiada pelo Programa Petrobras Socioambiental. O Inventário Florestal é realizado a partir da amostragem dos diferentes tipos de floresta presentes na RNSA. Proporcionalmente a área de cada tipo de floresta, foram instaladas 78 amostras para quantificação do número de árvores e arbustos de cada amostra. As informações coletadas em campo foram a altura total, diâmetro do tronco a 1,3 metro do solo e identificação do nome popular de todos os indivíduos mensurados no interior de cada amostra. Cada indivíduo foi identificado com plaqueta para monitoramento individual futuro de cada árvore (imagem 1).

Imagem 1. Plaqueta de identificação da árvore, em campo.

Uma grande inovação neste inventário florestal coordenado pela brCarbon, foi a combinação das informações coletadas em campo com o escaneamento a laser a partir de um sistema drone + LIDAR (Light Detection and Ranging) para estimar o carbono florestal acima do solo.  A aplicação desta metodologia e mapeamento tridimensional (3D) a partir do sensor LiDAR, pode proporcionar maior agilidade e precisão para a coleta de dados e redução dos custos operacionais das atividades de campo de inventário florestal. Nossos resultados preliminares demonstraram resultados muito positivos, pois as medições de altura média para cada amostra observada em campo foram semelhantes às mensurações estimadas remotamente pelo sistema drone + LIDAR (imagem 2).

Imagem 2. Amostra com maior estoque de carbono acima do solo e árvores de maior estatura (indicado pelo eixo Y, que caracteriza a altura estimada pelo LIDAR) em destaque vermelho (faixa superior), e amostra com menor estoque de carbono acima do solo e árvores de menor estatura em destaque azul (faixa inferior).

Renan Kamimura, diretor técnico da brCarbon, destaca que o mercado de carbono voluntário está em amplo crescimento devido às grandes demandas do setor empresarial em reduzir a pegada de carbono. “A brCarbon está investindo grandes esforços para garantir mais transparência ao longo do processo de Mensuração, Reporte e Verificação (MRV) do estoque de carbono florestal em seus projetos implementados. O nosso foco é promover ao setor empresarial garantia e segurança para neutralizar emissões, e de fato contribuir com ações efetivas para mitigação da mudança do clima e para a manutenção das florestas em pé”.

A brCarbon acredita que o mercado voluntário de carbono e o setor privado podem desempenhar um papel crítico e grande contribuição às metas internacionais de mitigação climática endereçadas pelo Acordo de Paris. Neste mesmo sentido, podemos acelerar a transição para um economia de  baixo carbono, permitindo que as empresas promovam e apoiem iniciativas de mitigação do clima a partir do desmatamento evitado e atividades de reflorestamento.

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